segunda-feira, 29 de novembro de 2010
reminescencias esquizofrenicas(parte três)
Carambra, que coisa mais linda essa. Vou mostrar pra todo  mundo. Puxa  vida, como assim não posso? Mas é tão bonito, tão simples e  puro. Pois  que seja. Desculpe ter te deixado aí sozinho. Agora vou ter  que ir.  Tenho pressa. Minha casa está  me esperando. Tenho de ir para a  praia,  desculpe se não posso conversar mais um pouco, nossa, e eu que  fiquei  aqui falando o tempo todo e você nem teve o tempo de dizer teu  nome. O  meu é...Espera guri, já vou.O menino está me chamando, aquele da   concha, do quarto escuro, dos espelhos e da luz fraquíssima. Descobri   que a luz está se tornando mais forte. Não posso perder tempo. Ah,   lembra que falei de uma caixa em que guardo minhas inspirações.Na   verdade, não é só isso. E nem é uma caixa de verdade. É uma pequena   concha. E nela está um menino. Ele quem dita os textos que vou   redigindo. De vez em quando discuto com ele. Uma vez encontrei esta   concha na praia e resolvi entrar nela, descobri um quarto escuro e uma   porta. Atrás dela, espelhos e cada caco refletiu uma parte de mim.Um   menino diferente em cada pedaço.E fiquei em silencio. Descobri que a   concha é a fonte de minha inspiração. O menino tem muitas faces. E sou   apenas eu em cada contorno aquoso de minha existência. Os espirais que   me formam é que me auxiliam nas tessituras. Os diálogos comigo mesmo é   que se expandem para a superfície do papel.Agora deem-me licença que vou   entrar na concha. Tenho que conversar um pouco, faz um tempinho que a   gente não se fala.Voce deve me achar louco, entrar numa concha, falar   com um reflexo de si mesmo, entrar no mundo das palavras. Pois saiba que   todos temos uma caixa de inspiração escondida em algum lugar. Levou um   tempo considerável para eu perceber que as linhas do mar e do oceano   banhadas pela luz e pela areia (no mundo da ficção tudo é possível, ou   quase tudo), coisas que formavam os contornos de meu rosto foram se   transformando aos poucos num pedaço de mim que resolveu sair e percorrer   outros mundos. Depois de viajar muito ttransfigurou-se a minha  essência  em concha e para que eu a reconhecesse ela teria que se  transformar em  algo que eu pudesse interpretar. Uma esfinge estaria  completamente fora  de moda. Até que um dia resolvi procurar-me fora de  mim. Encontrei uma  concha e o resto, bem, você já sabe....
Assinar:
Postar comentários (Atom)
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário