segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Lembranças de um dialeto repleto de sotaques e nuances...





Chegando lá você encontra gente estranha e desconhecida. O ar é inespirável. Os fôlegos antecipam o teor de apreensão que pode tomar conta de você até que comece a se soltar para conhecer algumas pessoas. Sorrisos tímidos contidos na  única pergunta que resume nossa surpresa: de onde você veio? Sim, todos viemos de mundos diferentes, de lugares que não se comunicavam e de repente estamos ali, naquele lugar. Sem que nos demos conta, estaremos conhecendo pedaços de nós mesmos. Como nunca te encontrei antes? A gente é tão parecido... Sim, as distancias podem separar almas irmãs, sorrisos à espera do abraço do outro, braços à espera de uma nova canção que fale dos mistérios da separação daqueles que tinham o outro em si sem ter ciência disto.E sem que houvéssemos percebido o mundo desconhecido nos parece familiar. E a multidão de rostos sem face transfigura-se em sorrisos e somos arrebatados para aonde queríamos poder ficar a vida inteira. Restarão lembranças das festas, dos beijos, encontros às escuras e conversas jogadas fora (as jogadas fora são as que ficam, irônica-mente) e a mistura de sotaques, linguas diferentes falando o mesmo idioma, da proximidade. O ônibus disseminando risadas gostosas e sonos compartilhados em um quase sorriso. E, depois de muitas festas e muitas partilhas de vida e espaços, temos esse olhar de despedida. É preciso um olhar de adeus em tudo o que fazemos. Não pela possibilidade de morte, mas para viver cada átimo de segundo, cada resquício de eternidade. Para durar o instante e um pouco mais. Com certeza este ficará na lembrança. Aos meus queridos amigos e conhecidos de  I ELAEL (encontro latino americano dos estudantes de letras ), fica um forte abraço e a certeza de que encontraremos novamente no olhar e nas recordações. Até nos virmos novamente, uma saudade gostosa e a certeza de que é essa saudade que torna encantadas as pessoas. Da próxima vez que nos virmos, estaremos ainda mais bonitos, porque nos haveremos de alimentar nossas almas com os resquícios de um pouco de cada um que encontramos, para nos preenchermos com os ecos de um vazio crepuscular a beira do abismo de nos mesmos...

7 comentários:

  1. povo de letras, existe a palavra inespirável? bem se não existe inventei agora. É a junção de respirável com inspiração, ou seja inspiração acentua a calma e respiração o ritmo do fôlego...e que talvez enraize e traga palavras dentro de um texto distraido...

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  2. rs.Acredito que não existe. mas existe a saudade das boas conversas, dos risos e de compartilhar dificuldades, alegrias e conhecimentos com tantos corações que se abriam espontaneamente , como corolas ao orvalho, e que também refrescavam nossos dias tórridos e iluminavam as noites do campus da UNB. Abraços a todos os amigos e passantes do I ELAEL.

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  3. ... "dos beijos, encontros às escuras e conversas jogadas fora" ...

    vc é incrivel cara!

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  4. caraca, eu nao podia ter lido isso na depressão pós-elael...

    perfeito meu *-*

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  5. amei meu amor principalmente das misturas de sotaques rsrsrs verdade conhecemos pessoas q não imaginamos q elas fariam parte da gente...
    Nagilla Cardoso

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  6. Achei que só os capixabas estavam com depressão pós Elael... rs
    Muito bom texto, gaúcho.
    Um grande abraço! ^^

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  7. Ed que lindo *-*
    primeiro o vídeo com a história.. agora essa crônica! Nem sei o que dizer..
    Com certeza ainda vamos nos encontrar todos e, não só reviver momentos bons, mas eternizar outros ainda melhores!!!
    Ah, quanto a palavra 'inespirável' eu nunca ouvi falar, mas como você é gaucho, gosta de inventar uma história.. deixa como está, a crônica é sua, crie as palavras que quiser (:
    beijão

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