quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

sobre as (in)verdades e as convicções

Ouvi dizer que homossexualismo é doença. Em pleno século XXI. E eu que acreditava que doenças não fizessem as pessoas sorrirem. Existem pessoas que concordam  que a felicidade não tem rótulo. Algumas das piores aberrações não tem nada a ver com sexo. O diabo são as convicções. As maiores atrocidades da história da humanidade, religiosas e políticas, foram cometidas por seres que estavam repletos de certezas, que não tinham dúvidas sobre a verdade dos seus pensamentos.  Não quero dizer o que penso sobre isso. É quase inútil escancarar as portas da indignação a ouvidos fechados pela ignorância. Não me importo em saber como os outros se sentem. Desejo apenas que cada um encontre a felicidade a seu modo. Só não tolero que digam que Deus acha isso uma abominação. Quem são essas pessoas para entender sobre o que Deus acha. Eu  realmente não sou o mais indicado para discutir, abandonei há muito esse deus moldado de acordo com a face perniciosa de alguns. O meu deus é diferente, deseja apenas a felicidade e sendo somente amor, não ameaça continuamente os seus com a imagem de um lugar em que serão torturados, caso não ajam de acordo com suas frases imperativas, aonde resta muito pouco do essencialmente divino que deveria ter. Não sou recipiente vazio no qual devam ser depositadas as certezas dos outros. Prefiro semear as incertezas. As dúvidas. Aprendi que todas as nossas mais íntimas certezas não passam de meros palpites. Então, para que discutir sobre algo que não podemos provar. Ah, mas está ali, nas escrituras, dizem. Realmente, não entendo como um livro tão rico possa trazer algo tão hediondo. Não leste então?, me perguntarão. Amo alguns textos das sagradas escrituras, encontro metáforas riquíssimas de um tempo em que a ficção resolvia as dúvidas e elucidava os mistérios. Amante da ficção que sou, aprecio a arte de ler vagarosamente e não abandono o livro só por conter alguns argumentos que não estou de acordo. Procuro apenas entender o porquê de estarem ali. Não pretendo aqui elaborar um artigo teológico, deus me livre disso. Apenas outro dia procurando algo que não encontrei entre minhas anotações me deparei com este texto que eu havia copiado anos atrás e que agora transcrevo para somar-se a minha indignação e desconstruir algumas certezas sobre as manipulações e lavagens cerebrais que estão por aí se disseminando sem que possam os ouvidos inocentes defender-se de suas bárbaries, restando apenas a resignação de ideias incontestáveis..
(continua na próxima postagem)



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