sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Preciso escrever um bilhete...

"No último Natal, te dei meu coração mas no dia seguinte, você se desfez dele. Esse ano, para me poupar das lágrimas, eu o darei a alguém especial! Já aprendi minha lição, me mantenho distante mas ainda te olho. Diga amor, você me reconhece? Bem, já passou um ano, não me surpreende. Feliz Natal, eu embrulhei e te mandei com um cartão que dizia "Eu te amo", de verdade. Agora sei que idiota eu fui mas se me beijasse agora sei que me enganaria de novo. Talvez ano que vem, eu o darei para alguém, eu o darei para alguém especial..." Lea Michele e Cory Monteith - Last Christimas

Recebi esta mensagem pela manhã. Apareceu  do nada em minha caixa de emails. Está bem, não foi do nada, se eu recebi foi alguém que remeteu. Você deve estar se perguntando o porquê de eu redigir o texto com esta cor. Bem, é para lembrar que o último natal destes dois não está muito diferente do natal de muitos por aí. Na verdade,me chamou atenção o modo como foi apresentada a desilusão amorosa. Ela pode ter sido ruim, mas "se me beijasse agora sei que me enganaria de novo". Essa coisa enigmática chamada Amor ( é assim com maiúsculas que parece se apresentar), que nos traz tantos desatinos, é algo que buscamos desde cedo, sem o perceber. Da última vez foi muito doloroso. Parece sentimento carasco, sádico, irônico. Talvez por que não amamos de verdade a coisa que se ama. Coisa sim, pois o que amamos é uma imagem. A imagem que temos daquilo que se ama, que nem ousamos nomear, diferente daquela que conhecemos depois do  estado inicial de "apaixonamento". Um olhar diferente (pode ser cisco no olho aquela piscadela desenfreada), um sorriso nos lábios no estilo monalisa, que não se sabe irônico ou sutil. Um gesto delicado ao dar de ombros, um mexer nos cabelos de leve, tudo é sinal. A pessoa poderia estar ali parada, sem fazer absolutamente nada, mas a moldura que colocamos no retrato parece falar mais alto que a imagem inteira. E estamos repletos desse sentimento arrebatador. Sem perceber nos atiramos num abismo sem volta, sem saber no que vai dar. Só pode ser a pessoa certa, nossa intuição não mente, o coração está certo. Até descobrirmos que nosso coração parece sofrer de Alzaimer, não recordando dos fracassos anteriores. Nosso senso de direção amoroso é tão cego quanto...o amor. Que parece se reinventar e nos faz cair em ciladas cada vez mais ardilosas. Somos idiotas, nos deixamos enganar. Adeus a este sentimento idiota que brinca com nosso sentir e nos deixa abobados. Vou começar agora mesmo uma rebelião contra ele, e não venham acusar-me que estou frio. Quero todos os meus conhecidos contra esta coisa desleal. E os desconhecidos também.Coração, você está demitido. Será o nosso lema. Começemos agora. Pensando melhor, quem sabe ano que vem,ou no outro... primeiro preciso escrever um bilhete dizendo "Eu te amo" de verdade. Talvez ano que vem eu  o darei para alguém, eu o darei para alguém especial...

9 comentários:

  1. Descobri o porquê da tinta vermelha no texto acima. É que tenho que escrever com meu sangue, para apresentar minhas entranhas mais ocultas. Talvez nem tão ocultas assim.Se uma ou mais pessoas se identificarem com o que escrevi,então terá valido a pena.Escrevo para mim mesmo e como disse antes, um pedaço de mim encontra-se em cada uma das pessoas que eu conheci.Cada escrito é meu presente para cada um destes pedaços e um pedido: que cuidem muito bem de todas as pessoas que amo (e as que já amei)...

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  2. É... meu caro amigo. As coisas nem sempre saem como esperamos e desejamos que fossem, mas uma coisa te digo: - Nunca deixarei de amar, de tentar alcançar a doação mútua desse sentimento que tanto me fez sofrer, e ainda faz... Espero um dia, poder voltar a sorrir com esse sentimento, espero que a pessoa que eu encontrar, ou reencontrar, saiba o valor do amor, e da necessidade que é sentir-se amado. "Ainda que eu falasse a língua dos homens e falasse a língua dos anjos. Sem amor, eu nada seria..."

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  3. Olá, este ano foi incrível mesmo.Pessoas entraram pra ficar em nossas vidas, outras passaram para nos mostrar algo que não enxergávamos sozinhos. Enfim, se não fosse o "AMOR" este ano teria passado em vão, mas o amor que sentimos por nós e pelas pessoas que nos rodeiam falou mais alto neste ano de 2010.Que 2011 venha transmitir à ti e a todos o mais sublimes dos sentimentos o "AMOR".

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  4. Olha...verdade...O Amor é irônico e as vezes maltrata.Amos e as vezes não somos amados,as vezes nos amam e não estamos nem ai.
    Mas...vendo pelo lado da amizade,o AMOR é forte e resiste a tudo.
    Adorei ter te conhecido!!

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  5. A crônica expressa exatamente a contradição de querer ser o dono de seus sentimentos e ao mesmo tempo ter a vontade incontrolável de viver a imprevisibilidade do amor.

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  6. (Não se acostume)

    Usarei uma canção, a qual me identifico muitíssimo, pra tentar resumir sob meu ponto de vista o que senti ao ler esta mensagem tão forte, verdadeira e significativa... E logo abaixo dela há uma reflexão bastante maturada.


    "Que as palavras que eu falo não seja ouvidas como preces e nem repetidas com fervor, apenas respeitadas como a única coisa que resta num homem inundado de sentimentos. Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo.

    Que essa minha vontade de ir embora se transforme um dia na calma e na paz que eu mereço. Que essa tensão que me corroe por dentro seja um dia recompensada por que metade de mim é o que penso, a outra metade já não sei.

    Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito. E que o silêncio me fale cada vez mais porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.

    Que a arte aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba e que ninguem a tente complicar, porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer. Porque metade de mim é platéia e a outra metade canção.

    E que a minha loucura seja perdoada porque metade de mim é amor... e a outra metade... TAMBÉM!"


    Confesso que senti preocupação no início ao lê-la, mas a conformidade me acalmou. Conformidade esta daquele que sabe o que viveu e como viveu extremamente a maior parte dos seus sentimentos... e diante de tal constatação não resta mais nada além de observar e consternar...

    A dor de qualquer coisa é puramente verdadeira, todas as vezes... Se o amor mascara, entorpece... as feridas transparecem sem qualquer piedade nos aletarndo a todo tempo o quanto somos fracos... afinal somos apenas humanos. Por isso que digo que prefiro muito mais a uma dor insistente do que a uma ilusão frequente. É através da dor que aprendemos a nos reconhecer... saber do que somos feitos e colocar as coisas no seu devido prumo. Se dói? E como!!! Mas sem ela não seríamos nada, além de pura perfeição... E se tem uma coisa que detesto é isso...

    E não se preocupe, no que depende de mim... a lição está aprendida.

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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  8. Usei de tantas reticências, que decidi aprisionar minhas últimas, salvá-las para quando necessário. Não as perder, desperdiçar. E se não fosse o Amor, não estariamos a ler as letras vermelhas; e se não fosse o Amor, as lihas do sangue, "a fonte da vida", não haveria significado nesta prisão [...] Um contorno de cacos de espelho.

    "Há algo muito bom, quase sobrenatural, que faz-me estar sempre em direção a 'ela'. É como o meu centro de gravidade. E agora, sinto algo semelhante ao não suportar estar longe 'dela'. – 'Ela' distante de mim. Não é novidade que a amo, ou que hoje, novamente, 'ela' quebrou minha barreira, destroçou o meu mau-humor, quando nada parecia me trazer qualquer expectativa.
    Absolutamente, e com todo os meus ideais, quero 'ela' para sempre do meu lado. Preciso dela. – Sempre.
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    Estas últimas linhas são apenas para que, se algum dia, em um futuro muito distante, quando eu não mais possuí-la ao meu lado – se assim for –, que eu possa ler aqui, e lembrar do quanto amei 'ela'. No momento eu posso parecer um pouco – ou muito – emotivo, mas não haverá memória que substitua o que está escrito aqui. Estávamos juntos, na frente deste hall, respirando do ar puro. – Mesmo que neste caso a nicotina desminta esta ideia. E depois de passarmos o tempo necessário, decidimos voltar. Não foi possível que eu controlasse a minha vontade, e pedi um abraço 'dela'. Beijei o seu cabelo; e rendido, bastou a mim dizer que a amava. Esta pode ter sido a primeira vez em que falei tão serio... Ainda agora, enquanto trabalho nesta adaptação, sinto pulsar e manifestar em mim o que é o meu amor por 'ela'. E gostaria de poder voltar atrás, de não ter que me contentar com o que escolhi no início. Uma escolha sábia, mas ainda assim, um pedaço da verdade. E eu sigo magnetizado sem conseguir – hoje –, reagir de uma forma decente, que discerne a necessidade, da necessidade. Aquela que eu amo. Com aquela que não devo amar.
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    Diário-09/09/2010

    E os estilhaços destes cacos, produzem as feridas, a vontade de escrever com o sangue.

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  9. Segundo Shakespeare: O amor é a única loucura de um sábio e a única sabedoria de um tolo.

    È importante ressaltar ainda a Primeira Epístola aos Coríntios:

    " ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria."
    Finalmente, para mim, o Amor é único sentimento capaz de humanizar por isso,vamos todos cometer o ato de amar!!
    Este sentimento avassalador é algo que não se explica,nem julga,apenas sente!


    Saudades Guri,,bjus

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